A intenção do link com Israel é boa até, mas o repuxo não foi calculado
A decisão do governo egípcio de cancelar uma visita oficial do ministro Aloysio Nunes ao seu país preocupa, especialmente pelo futuro das relações comerciais entre Brasil e Egito e com mais 21 países do chamado mundo árabe.
Foi uma retaliação. E pode ser a primeira depois do presidente eleito Jair Bolsonaro mostrar disposição em mudar de cidade a sede da embaixada brasileira em Israel.
Por trás do gesto, o interesse de Bolsonaro pela instalação de um moderno sistema de dessalinização d'água no Nordeste. Os judeus são craques nesta técnica, tanto que 80% do seu consumo é originária do mar.
Mas os árabes importam anualmente do Brasil 13 bilhões e meio de dólares. De frango, foram 3,2 bilhões em 2017. Também se destacam açúcar, minério de ferro e, ultimamente, a carne bovina. De lá se compra 7 bilhões em petróleo e seus derivados.
E ai, avançar ou recuar? Desenvolvimento do Nordeste, onde perdeu as eleições, ou afundamento do setor de frango da Região Sul, onde foi mais votado?
Essas encruzilhadas do poder são crueis. O que agrada um lado causa repulsa em outros. É assim.
Bolsonaro afirma que será presidente de todos os brasileiros. Eis o seu primeiro teste.
Por Alex Soares/CR
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